Esse foi o MOA, a maior vergonha a céu aberto da história do Metal na Sexta. No Sábado e Domingo não participei dessa balburdia, minha vergonha e da Ana tem limites. Mas horas atrás o evento havia sido cancelado. Graças ao Deuses do Metal.
Era Sexta-Feira (20 de Abril), 10h30min da manhã quando Ana
e eu chegamos ao que iria se transformar no maior mico que o Metal já teve em
toda sua história: Metal Open Air ou Vergonha Open Air.
O estrago começou logo na fila. Passamos duas horas para
entrar, e meu amigo, São luís é quase na linha do equador, dá para imaginar o
quanto estava abrasador o sol? E foi também na fila que começou as conversas
paralelas sobre o evento. O pessoal já falava de cancelamento de banda, foi na
fila também que sabemos do cancelamento do Saxon e Venom. E tinha pessoas que vieram
de longe, encontrei e conversei com gente do Rio Grande do Sul, Paraná,
São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília, Manaus, Fortaleza, Salvador,
Uruguai, Colômbia para justamente ver Saxon e Venom.
Um cara de São Luís havia comentado que a Lamparina era
furada, sempre foi. Que havia feito outros eventos e sempre dava merda. Em 2006
tinham feito o Sepulfest e que esse produtor havia roubado toda a grana
da galera que havia comprado os ingressos. Foram eles que fizeram o show do
Blind Guardian que fomos ano passado e também a coisa lá não foi o que haviam
prometido.
A indignação na fila
era enorme. Todo mundo de preto no sol
de meio dia em São Luís do Maranhão não é uma coisa muito interessante,
principalmente para o pessoal que veio do Sul e Sudeste, tava 'pelando
couro' como dizem por aqui. Depois
dessa confusão entramos e o pesadelo apenas havia começado.
A organização do evento haviam feito um mapa onde ficava
localizado o camping, mas lá, no Parque Independência, esse 'Camping' era para o
pessoal que pagou para levar sua barraca, nada mais era que currais de cavalos,
sem energia, sem banheiro e sem água. No mapa também, a organização do evento
havia dito que teria uma praça de alimentação: NEGATIVO. Havia apenas um
restaurante para seis mil pessoas comerem, sendo que esse restaurante foi
montado um dia antes, eu até tentei entrar na fila, mas como sempre, a sorte
não é minha amiga e a comida acabou antes da gente chegar ao caixa para
comprar. Não havia água também. E isso era quase duas horas da tarde e havia
pelo menos, três mil pessoas sedentas de fome e sede, o local do evento é longe
da cidade.
Sobre o local do evento, é um lugar bacana, enorme, caberiam
fácil 30 mil pessoas ali, mas era três horas da tarde do dia 20 de abril, e a
organização ainda estava montando palco, capinando e montando stands. Fazia
três horas que deveria ter acontecido o primeiro show do dia.
Depois de horas com fome, conseguimos comprar sanduiches
light que não deve custar R$ 2,00, mas que lá estava sendo vendido por R$ 5,00.
E o mais legal de tudo: copo de água mineral, aquele que compramos por R$ 0,50
estava valendo, pasmem: R$ 5,00 (CINCO
REAIS). Ninguém morreu de fome ou sede, mas quase... O tempo passava, a fome
apertava e a galera gritava, reclamava e já estava com a paciência em ponto de
ebulição. TODO MUNDO NO EVENTO, passou fome e sede, mesmo com todo o dinheiro
do mundo, NÂO TINHA ONDE COMPRAR COMIDA E ÁGUA.
A primeira banda
entrou era quase 04h30min da tarde, eu acho...
E cada uma entrou devastando tudo, caralho! Exciter pegou o público
sonolento, mas
em dez minutos o povo estava em loucura desvairada, depois veio Orphaned
Land
(50% da empolgação para ir ao evento era para ver essa banda), 90% da
galera
que estava lá não sabia nem que a banda era de Israel, no começo foi
meio um
choque para público que chamou o Kobi (Vocalista) de Jesus Cristo, do
meio para
o fim do show o público aceitou de coração a banda e eles fizeram uma
coisa
muito legal, pegaram todas as bandeiras que foram jogadas e colocaram no
palco organizadas, fora que
eles arrasam ao vivo, é um show diferente, fiquei mais fã deles depois
de
vê-los ao vivo. E o Kobi ainda brincou com o público e falou que não era
Jesus!
Foi muito legal a energia da apresentação. Daí veio o Almah,
incrivelmente poderoso,
incrível mesmo, pois o ‘polêmico’ Edu Falasch é meio hipócrita, não
confio mais
no que ele diz depois do MOA, mas o Almah tocou muito e a banda
apresentou o
novo guitarrista, depois veio o Shaman, era evidente que a banda teve
mais
privilégios que a outra, pois o telão rolava imagens e vídeos feitos
para serem mostrados na apresentação deles, não gostei do show, tocaram
bem e o Thiago Bianch está gordo
e quis imitar o André Matos na cara de pau mesmo! Esse é outro hipócrita
que
perdeu meu voto de confiança.
Quando Destructon entrou os portais do inferno abriram. O público
fez o chão tremer, mais 9 mil pessoas se digladiavam numa roda de satanás, um
dos melhores shows do evento. Quando Exodus entrou, pensei que o público estava
cansado, mas me enganei: Uma hora
de
show, uma hora de roda de loucos ensandecidos e eles mostraram uma track
list
arrasadora. Até os mais cansados se empolgaram com o som da banda.
Finalmente
entrou o Symphony X, caralho... perfeito tudo (O outros 50% de motivação
para ir ao evento era ver essa banda). A banda é tudo que esperei e
decobri porque o Michel Romeo é tão perfeito, ele tem mãos pequenas, por
isso
que faz aquelas notas tão rápidas. Russel Allen é carismático e fez o
público
gritar e se emocionar. Fora que ele canta ao vivo como um DEUS, o cara é
showman!
Tocaram poucas músicas, sendo que a maioria foi do álbum novo, queria
ouvir
muito “Smoke and Mirrors” mas não rolou, uma pena, mas tirando isso, foi
um
show memorável para os fãs de metal progressivo.
Era unânime a indignação de todas as pessoas. A logística do
evento foi toda errada, faltava tudo, faltava tudo mesmo, galera. Quem comprou
para área VIP deve estar mais muito puto que nós, pois no espaço destinado para eles era bem
longe dos palcos. Foi um evento caro, R$ 250 por dia, ou seja, pagamos R$ R600 reais, pois os desgraçados da Ticket
Brasil, que vende o ingresso online, cobrava mais R$ 100,00 por uma taxa de
conveniência... Ladrões desgraçados. Senti vergonha, muita vergonha dos
organizadores: Natanael Jr dono da
Lamparina Produções (Guardem bem esse nome) e Felipe Negri dono da Negri
Concerts que usaram São Luís, uma das capitais mais legais do nordeste como
testa de ferro do maior mico de todos os tempos do Metal, o mais foda é que o
Negri, queria fugir, galera, fugir como um covarde e deixar toda a merda para o
desgraçado do Natanel Jr. Os dois acusam um ao outro, eu sei que ninguém quer
levar a culpa, mas não somos idiotas
para saber que a culpa é dos DOIS pelo amadorismo total, desrespeito sem
precedentes pelo Metal, pelos fãs e suas bandas.
Muitas bandas já desceram a lenha sobre o evento, todas
também são unânimes: a organização do evento foi amadora demais. Eles não
sabiam no que estavam se metendo de verdade, se pensaram em lucrar, que tinham
feito uma logística maior, mais tempo para a realização e não apenas cinco
meses, acho que foi rápido demais pelo porte do evento.
Sinto vergonha das bandas que tocaram, você sabia que eles
não estavam confortáveis com o evento,
mesmo assim: ELES TOCARAM COM CORAçÃO, PELO SEUS FÃS, principalmente o
Megadeth, a banda que a galera havia dito que era gringa demais para tocar no
Nordeste brasileiro. Quem pagou pau e chupou rola como disse o profético Edu,
foi ele mesmo e o Thiago Bianch.
O MOA entraria para a história do Brasil, abriria portas
para os grandes eventos que só vemos pela internet, mas entrou para a história
como o pior evento de todos. O Metal estava caindo e depois dessa, irá cair
mais rápido do que eu havia imaginado. O METAL NACIONAL já não ia durar tanto
tempo, acredito que hoje está nas portas do inferno para morrer de vez,
enquanto essas pessoas que dizem que lutam pelo movimento estiverem à frente.
O saldo positivo foi
pequeno, mas existiu: Valeu a pena conhecer outras pessoas do Brasil, é
incrível como todos estavam no mesmo pensamento: Que o nosso país
precisa mesmo de evento desses para animar o movimento. Uma pena isso
não ter acontecido, senti pena de quem veio longe e que pagou horrores
para estar ali, o engraçado que ninguém culpava o nordeste, pois tem
gente que anda dizendo isso, não foi culpa do nordeste, poderia ter sido
feito em São Paulo que daria a mesma merda. A culpa foi da organização
que será processada pelo Ministério Público e Procon. Acompanhem o site
do
whiplash para se atualizar sobre o evento, também está pipocando vídeos no youtube de fãs tristes, roubados e enganados.
Quem perdeu foi todo
mundo que gosta do estilo, se você não foi, não me venha dizer que sabia
que isso iria acontecer, fomos até avisados, mas sempre temos fé que
iria dar certo. Não deu. Perdemos muita coisa e não será esquecido como
uma micareta qualquer, pois quem foi enganado foram pessoas que amam o
estilo, o movimento e acima de tudo respeitam suas bandas preferidas.
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